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sábado, 5 de dezembro de 2015

IDEAIS, ILUSÕES /I



IDEAIS, ILUSÕES /I

Nosso querer — montanha do real —
concentra-se a visão de inútil luta,
de cujo cimo é a busca irresoluta
para uma aspiração lenta do mal.

Deleitai-vos então neste jogral
em que dulcificada se disputa,
pela noção da certeza absoluta
de que é inócua a essência do Ideal.

Humanos ideais que o pendor realça,
longa vontade da ilusão descalça,
se o quer, um tanto vê, bastante o cega;

mas se consegue outro ideal se forma,
a eterna natureza de que és norma,
um anseio que ao fim jamais se chega.

                                               (2011)
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Fonte da Obra Reproduzida: Henri Matisse (1869-1954) - "Ícaro" (1943).
Maqueta para "Jazz", publicado pela primeira vez em 1947. Guache sobre papel cortado, 40,5x27 cm. Musée National d´Art Moderne - Centre Georges Pompidou – Paris.