IDEAIS, ILUSÕES /I
Nosso querer —
montanha do real —
concentra-se a
visão de inútil luta,
de cujo cimo é a
busca irresoluta
para uma aspiração
lenta do mal.
Deleitai-vos
então neste jogral
em que
dulcificada se disputa,
pela noção da
certeza absoluta
de que é inócua
a essência do Ideal.
Humanos ideais
que o pendor realça,
longa vontade da
ilusão descalça,
se o quer, um
tanto vê, bastante o cega;
mas se consegue
outro ideal se forma,
a eterna
natureza de que és norma,
um anseio que ao
fim jamais se chega.
(2011)
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Fonte da Obra Reproduzida: Henri Matisse (1869-1954) -
"Ícaro" (1943).
Maqueta para "Jazz", publicado pela primeira
vez em 1947. Guache sobre papel cortado, 40,5x27 cm. Musée National d´Art
Moderne - Centre Georges Pompidou – Paris.