
Mauro Mota (1911-1984), poeta pernambucano, é um poeta que, numa quase
surdina de invisibilidade, enriquece a cultura nordestina e nos torna
mais ricos de espírito.
ELEGIA Nº 11
Suave e leve, o que se vai embora
com a leveza e a suavidade de uma
frágil, solta no ar, bolha de espuma,
brisa da madrugada, espaço afora.
Imagem branca, sombra, réstia, pluma,
o que a origem se devolve agora?
Para a região sem noite e sem aurora
parte? Talvez para região nenhuma.
O que se vai embora? O cristalino
eco da última voz muda e distante?
A música liberta do violino?
Na região de Deus, mal pousas um instante
que alumiar todo o céu é o teu destino,
alma feita de luz no céu, flutuante.
ELEGIA Nº 11
Suave e leve, o que se vai embora
com a leveza e a suavidade de uma
frágil, solta no ar, bolha de espuma,
brisa da madrugada, espaço afora.
Imagem branca, sombra, réstia, pluma,
o que a origem se devolve agora?
Para a região sem noite e sem aurora
parte? Talvez para região nenhuma.
O que se vai embora? O cristalino
eco da última voz muda e distante?
A música liberta do violino?
Na região de Deus, mal pousas um instante
que alumiar todo o céu é o teu destino,
alma feita de luz no céu, flutuante.